Prefácio
“Numa folha qualquer
Eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida”
Toquinho em “Aquarela”
A vida não é qualquer coisa não. Ela é rápida, curta, essencial, com altos e baixo, com tombos, com situações adversas, com a energia de uma guitarra ou com a calmaria de uma flauta doce, cheia de emoções como a partida da equipe do seu coração, com surpresas que nenhum presente de Natal é capaz de ter modificar, com choros e risos, com pancadas doloridas, nem sempre físicas, mas que marcam a alma, como o sol que brilha mas não aquece e o vento que sopra mas não esfria.
A vida é uma conjugação de verbos, sujeitos e predicados, nem sempre tendo um objeto direto, mas repleto de adjetivos, bons ou não. Assim como na matemática é repleta de problemas e soluções, repleta de equações não tão simples de resolver, mas com paralelas perpendiculares e planos cartesianos infinitos. Nossas montanhas transcendem picos cheios de neblina e mares cheios de mangues, dura mais que muitas guerras e vive em constante revolução, sabendo que nosso DNA é composto por todo tipo de estado físico, além de ter uma temperatura maior do que deveria. Pintamos e bordamos, colorimos, desenhamos e muitas vezes tentamos apagar, passado que não se apaga, afinal a velocidade da luz ultrapassa qualquer objeto que caiu num vácuo sem fim.
A vida é mais que as disciplinas escolares, que as canções do Roberto, que as leis da constituição. A vida vai além de projeções futurísticas de muitos falsos adivinhos e fica aquém do que toda tecnologia pode nos proporcionar.
A vida é, enfim, o que temos. O resto a gente vai somando ou subtraindo, ganhando ou perdendo e, assim como um bom prato de nossa comida favorita, tem que ser deliciosa.
Refletindo aqui sobre a minha, lembrando de praticamente tudo, não esquecendo dores e tentando passar um pouco do que aprendi nesse trem chamado VIDA!
